Platônico



Eu me entrego em seus braços. 
Em meus sonhos
 imagino os abraços
 que ele poderia me dar.
Fecho meus olhos, viajo.
Imagino cenas. 
Em silêncio, me concentro em sua voz,
única troca lícita entre nós, 
tudo o que recebo dele em abundancia. 
Sua voz. E a sorvo como à luz do sol.
Quando meus olhos encontram os dele,
minha alma levanta vôo,
meus olhos mergulham ao chão
fico rubra de menina. 
Como se seus olhos me tocassem, 
como se desnudada ficasse, pelo seu tímido olhar
Ele me sabe tocada, e em troca, me olha também
seus olhos penetram minha alma
e sentem meu coração.
Nós nos sabemos impossíveis.
Envolvidos numa proximidade distante.
Amados amantes de outrora, almas que se irmanam em oração
Gêmeas não por metades, gêmeas por definição.
Vidas que transcorrrem paralelas.
Rios que,  nestes vales, jamais se encontrarão.
Amor que não espera retorno.
Amor que não espera realização.
E eu o vejo em meus sonhos, 
e sua voz me ensina coisas, me fala do passado remoto,
da promessa de um futuro melhor.
Reencontro a fé em suas palavras, e a alegria ao ouvi-lo falar
Sua inteligencia me emociona, meu amor então se confirma.
E se conforma em não ser...
Por Cris Vaccarezza

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