Em nome do Pai

Errar é humano. Todo ser humano erra. Dizem que Deus, que é um pai amoroso e bom, permite os erros para que se aprenda com eles. Deus respeita nosso livre arbítrio.
Então lembro do Cristo Jesus, que veio pregar o amor e o perdão às ofensas. Também ele estava repleto de paz quando vieram questioná-lo à respeito da suposta adultera. Que fazer com ela? A lei mandava que fosse apedrejada até a morte. Então Ele pergunta em primeiro lugar, se é possível adulterar sozinha. E em seguida, conhecedor dos rudimentos de consciência de cada um, ele propõe: Quem estiver livre de pecados, que atire a primeira pedra, e tranqüilamente volta a desenhar no chão. Um a um os homens que a julgavam e condenavam foram deixando as pedras no chão e se retiraram.
Jesus ensinou a não julgar pois não somos perfeitos, não conhecemos toda a verdade. Quando conhecermos, ela nos libertará. Então porque seguimos julgando?
Acho que esse é um aprendizado que ainda levaremos muito tempo para aprender. Talvez quando tivermos ciência da nossa ignorância e limitação enquanto seres humanos falíveis também. Ou quando tivermos a verdadeira fé que remove as montanhas pois confia nos desígnios de Deus. Talvez ai estejamos mais distantes do àtomo e mais próximos do arcanjo.
A tolerância do ser humano ainda precisa ser desenvolvida, e é em casos que causam comoção nacional que ela se manifesta. Frente aos erros dos outros.
Há erros difíceis de compreender pois são chocantes, despertam nossa ira e vontade de fazer justiça com as próprias mãos.
É claro que ha erros que não compreendemos porque tão cruéis. Sim, dói. E é nessas horas em que eu procuro trocar o ódio pela oração e peço a Deus que nos dê forças para superar os desafios.
Quando e erro é grande demais, injusto, ou praticado de forma covarde, a revolta canta alto em nosso peito. Então desejamos que o sujeito morra, que ele sofra até o ultimo martírio, que seja punido pelo seu ato, que seja banido da sociedade.
Desejamos que crueldade pior que a que ele praticou lhe seja feita. Se bateu, queremos linxar, se matou, queremos exterminar, se estuprou, queremos torturar. E eu me pergunto: em que somos melhores do que quem praticou o ato, se pretendemos ter a mesma atitude ou pior?
Pra mim, justiça real é a de Deus, mas como não percebemos, não cremos. Somos imediatistas demais.
Acho que só quando se conscientiza do erro, e se arrepende de tê-lo praticado, alguém começa a modificar a postura.
Desejar o mal a quem praticou um ato mal, é ser tão mal quanto ele. No dia em que percebermos que Deus não precisa de auxiliares em suas leis. Talvez nos tornemos pessoas melhores. A paz não é uma dádiva gratuita, é uma conquista diária de cada um de nós.
By Cris Vaccarezza

0 comentários :

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...