Teus inesquecíveis beijos

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É incrível como depois de tanto tempo e de tanta indiferença sentida, meu corpo ainda arrepia ao lembrar do seu beijo.
Não recordo do toque de suas mãos, nem do calor de seu corpo contra o meu. Também não lembro ao certo a ordem em que nossas roupas foram tiradas. Se foram arrancadas ou desvestidas. Sei que foi cedo demais, e que barganhei feito louca a intimidade por seus beijos! Estava loucamente equivocada.
Lembro menos ainda dos detalhes do que veio depois, para mim o depois não importava e o antes era ausência. Mas os beijos do durante? Inesquecíveis.
Não me lembro de quase nada do que me disse. Faz tempo... Não era importante, embora eu acreditasse na época em tudo, com minha ingenuidade atemporal. Nada do que foi dito passava de lábia cafa para provocar perda de controle emocional. E não lembro de muito do que sua boca pronunciou. Mas dos beijos que ela deu... Não consigo esquecer. Se você soubesse do poder que tem teu beijo, se calaria e se concentraria mais em beijar.
Teu beijo até hoje me arrepia a nuca, até hoje me anestesia a alma, me esquenta a coluna, me deixa completamente tonta, só de lembrar. E pra lembrar, basta sentir seu cheiro, seu perfume em outro corpo. Basta sentir seu perfume no ar. De seu perfume, que precedia o beijo, me lembro bem.
Mais ainda que de teu perfume e de teu beijo, apenas uma coisa te mantém tatuado na memória como ferida feita a fogo. É a dor de não ter mais como te beijar. Ainda bem! Fui obrigada a sublimá-los, a negá-los a esquecê-los. Foi melhor assim. Você não sabe, nunca se deu ao trabalho de saber, mas eu pagaria um preço muito alto por seus beijos.
Por Cris Vaccarezza

Zona de conforto

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Seis e quinze da manhã. Tentou adivinhar pelos barulhos da casa se a mocinha teria chegado pra servir o cafe. Nada! Silencio total. Os minutos avançavam. Ela odiava acordar cedo. Mas sentia que naquele momento, era preciso levantar. Vou fazer o que tem que ser feito!  Alguém certamente faria isso por mim. Pay it forward. Pensou. É assim que deve ser.
Era seu último dia de ferias, mas o correto naquele momento era levantar e servir. Depois dormia, depois descansava da noite perdida. Depois se via! Depois!
Lembrava a todo momento da conversa no dia anterior quando seu irmão lhe perguntara porque se dispor a ajudar alguém que nem conhecia? Que era um incômodo e uma inconveniência . Que era um absurdo receber assim alguém que poderia ser uma ameaça à sua vida, à sua segurança à da sua filha, um completo desconhecido! Também não estava 100% segura. Também não estava tão confortada, mas sentia que deveria fazer, que deveria servir, que deveria confiar. Pensando bem, não havia porque não. Então dissera sim, e desde então entregara a Deus! Odiava viver desconfiada, temendo o outro, temendo represálias, presa. Isso não!
Pensava no que a impelia, era somente o desejo de ajudar? Era o desconforto em dizer não? Ela estava de férias. Poderia ter dito que iria viajar. Poderia ter dito que não estaria ali disponível pra ajudar, e seria verdade. Mas ela sentia que devia ajudar. Algo no jovem parente que ela desconhecia lhe inspirava auxilio. Sentia que ele merecia uma chance. Ele vencera as barreiras de seus medos. Ele estava ali, também em um momento de desconforto, para tentar um sonho maior. Ele tinha uma tranqüilidade, uma força de vontade e uma simplicidade que lhe eram familiares. Assim, sentia-se sua parenta muito mais por afinidade, que por laços de sangue. Sua atitude contrariava, ela sabia, o consenso dos mais velhos, mas ela ia ajudar!
Elevou o pensamento, agradeceu a Deus a oportunidade de ajudar, levantou, se vestiu e foi colocar no café da manhã que preparava, todo o carinho e afeto que podia. Toda a energia positiva que poderia transmitir ao rapaz. Que ele tivesse sucesso! Que fosse com Deus! Não custava nada um pequeno sacrifício de conforto pelo bem comum.
Quando o rapaz saiu, no horário certo para realizar sua prova, ela fez uma prece mental por ele. E agradeceu a oportunidade de ser útil, quando poderia ter simplesmente dito não, e perdido a oportunidade de conhecer, de acreditar, de interagir. Se algum dia, alguém tivesse semelhante gesto por sua filha, ela ficaria muito feliz. Por que nem sempre podemos estar próximos quando aqueles que mais amamos precisam da gente.
Agora, dever cumprido, poderia virar pro lado e cochilar um pouco, com a certeza de ter feito a coisa certa. Quebrado as algemas mentais do medo, do comodismo e da desesperança. Agora estava em paz.

Eu vim, viu?

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Depois de algumas horas de viagem, cheguei ao lugar onde queria estar contigo. Lembra? Eu comprei pacote pra dois pensando em você! Olha, é lindo o lugar. Uma pena vc não ter vindo. Ainda bem que vc aprontou toda aquela cena de melodrama mexicano. Sabe o que mais me irrita em toda essa historia? Saber que não é verdade... Tanto salamaleque, tanta reverencia, tanto eu te amo, pra que? Se nós dois sabemos que não é real? Eu sou seu álibi e seu algoz! Mentir pra mim? Que palhaçada é essa? Acho que nem vc acredita. Mas mente assim mesmo! Mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira, sabia? Sabia sim, mas você se engana mesmo assim! E agora é cínico! Mente pra todo mundo ver!
Eu vim sim! Vim porque a minha vida não pode parar pra te esperar. Vim porque quis vir. Pra provar pra mim mesma que você é passado. Foi um erro, mas passou. Vim porque quis e sempre que eu quero e depende de mim, eu tento, me esforço, me supero e consigo! E isso inclui resistir a você!
Eu vim sim! E não vim sozinha! O bom é que eu trouxe alguém em seu lugar. Alguém ainda mais especial, mas de uma forma diferente. Um amor filial. Era pra ser um fim de semana romântico, vc transformou em algo familiar. Melhor pra mim!
Ridícula mesmo, foi a despedida. Eu nem esperava te ver. Não queria. Te ver dói! Saber que você não é o cara bom caráter q eu sonhei? Saber q vc não é o cara? Isso dói! Desconstrói meus sonhos. Eu me enganei com você, sinceramente acreditei que você era um cara justo e bom, apenas um pouco judiado pela vida. Mas não, você é sádico, gosta de torturar com seu beijo, sente prazer em dar prazer, e mais ainda em tirar o prazer. Sua mão que acaricia é a mesma que acaricia a outra, e a outra e mais a outra e tantas mais quantas você queira acariciar. Eu te amo? Você não ama ninguém! Nem a você mesmo! É um pobre diabo atormentado pelo fantasma do que foi sem nunca ter sido! Nadou, nadou e se afoga na praia... Mas deixa pra lá! A praia aqui é linda de morrer, não de se afogar em lágrimas!
E quanto à despedia? Na hora em que eu saí, foi bem simbólico, dobrei a rua e segui sem olhar pra trás, enquanto você seguia reto (suponho)! E agora estou aqui! Você ficou, você passou... sei lá! Azar o seu! Azar o meu! Sorte a  nossa!

Na varanda (Por Josué Moura)

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Na varanda da vida a alegria
A amizade e o amor
Na varanda da vida a melodia
Nos libertando da dor ...

Na varanda da Cris
A inspiração para a poesia 
Na varanda da Cris, o queijo e o vinho
Celebrando a harmonia ...

Na varanda da Cris
O som tocando aquecendo o coração
Na varanda da Cris, a mesa grande
Celebrando a comunhão...

Na minha varanda
Um banco , uma rede e muita flor
Na varanda da Chelle um mensageiro dos ventos
Celebrando o amor ...

Na varanda do Saulo a alegria do reenconto
Com os filhos de sua paixão
Na varanda do Léo, Mone, Dani
Nath, Arlindo, Jonathas, quanta emoção...

Na varanda de cada um
Há sempre algo de especial
Que aos olhos dos outros se mostra
Fazendo parte do trivial ...



Por Josué Moura

A bela mais bela que existe!

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Nossa! Pensei, assim que a vi. E parei tudo o que estava fazendo, pra vê-la passar! Larguei tudo pela metade, num sorriso bobo de fascinação! Não tem outro momento pra dizer. Ou hesito, ou me calo! Tem que ser dito agora. Tem que ser dito sim! Em que outro momento, vou ter a oportunidade de estar no lugar certo, na hora certa para vê-la surgir timidamente?
De fato, ela hoje veio cheia de halos, meio envolta em mistérios, mas ainda assim, emana muita luz!
Daqui da varanda, a vejo surgindo, nesse exato momento, se despindo, se desvestindo, descuidada. Acha que ninguém a vê. Pior que é verdade! Muitos nem a notam. É tão bela, e pra ser exata, quase ninguém percebe!
Ela é tão linda, curvilínea, perfeita! E hoje, está ainda mais apaixonante, pois estou na aura típica da varanda. Daqui, tudo é muito mais bonito, daqui, tudo tem muito mais paz! Mas eu, estou aqui. Me escondi, apaguei todas as luzes, só para vê-la surgir, se despindo encantadora, e ir embora. Toda vez é assim! Ela passa por mim radiosa em seu trajeto luminoso, rumo ao infinito.
Nossa! Como é linda! Como é fascinante, como é inteira, simetricamente perfeita! Se eu pudesse, eu a queria pra mim. Não para roubá-la dos outros, mas para tê-la, dia após dia, fazendo cena, poesia pra mim. Tornando meus dias mais e mais românticos, arrancando suspiros, tantos e quantos incontáveis suspiros assim!
Pena que pequena é a fresta daqui da varanda e em breve vou perdê-la para a imensidão do céu sem fim, pois beleza assim não se espreita. Beleza assim, só se sonha, emudece. Se enobrece, desfruta-se enfim!
Até logo, bela, nua! Agora, só daqui a três quartos pra vê-la inteira assim. Mas brilhe, intensa, cheia. Para que todos se sintam, nesse momento, iguaizinhos a mim! Que traga amor aos apaixonados e mais brilho a todos os olhos.
Você aí, já foi lá fora? Já olhou pra cima e viu a lua que se descortina num espetáculo de luz, não? Então vá!
By Cris Vaccarezza

Se arrependimento matasse...

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Ihhh, menina! Se arrependimento matasse... Desse mal, eu não morria! Me arrepender? Eu não me arrependo! Se arrepender não me traz nada além de culpa. Culpa só dá rugas, ressentimento, mágoas, depressão. E depressão talvez seja uma das piores doenças da humanidade, pois quietinha, caladinha, abre as portas pra muitas outras doenças entrarem. Fuja da depressão!
Se eu errei, errei! Toca o barco...Todo mundo erra, mas eu não me arrependo. Eu APRENDO pra procurar não errar nunca mais.
Errou, reconheça, peça desculpas! Tente consertar. Mas não fique sentado chorando e lamentando, isso não vai ajudar a ninguém. Se foi sem querer, paciência, imprevistos acontecem, na próxima tente fazer melhor. Se foi de caso pensado, bom aí, talvez seja melhor rever seus conceitos.
Cresça, pense um pouco. A vida é lógica e faz sentido. Ferir alguém nunca faz bem. A dor do outro talvez não doa em você agora, mas também é dor.
Assuma que errou, seja honesto, se retrate, mas nem perca tempo se arrependendo. Gaste o seu tempo aprendendo!
Lamentar não vai fazer o tempo voltar. A vida é um ciclo e as consequências virão. O que quer que você tenha plantado, será obrigado a colher. Essa é a lei! Natural, simples e justa. A lei mais justa que existe.
Ainda dá tempo. Não importa quantas vezes você tenha errado. Isso foi ontem, já passou. Hoje é outro dia! Cada novo dia é um convite novo pra errar menos. Pra começar a acertar mais.
Só modifique os seus atos, ou mude de estrada. Siga! Mas caminhe reto da próxima vez, prá frente! Faça valer a dor da topada, aproveite o impulso e avance um pouco mais.
Você vai ver, vai valer a pena! Sempre vale!
By Cris Vaccarezza

Memória seletiva

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Droga!Começando o ano bem! Esqueci mais uma vez onde deixei as chaves do carro! Minha bolsa,
sabe Deus onde larguei! Perdi a consulta do dentista. E vou precisar voltar em casa por que
esqueci a lista. E ao supermercado pois, sem lista, esqueci de comprar feijão, ervilha,
coentro! Preciso pagar as compras, mas deixei o cartão em casa, na outra bolsa! Huum, e tem
aquela conta, vence hoje!
Esqueci de levar o cachorro ao pet shop, e de comprar as vassouras que a faxineira me pediu.
Era pra ter anotado isso na agenda mas, pior. Até a agenda eu esqueci.
O rapaz da farmácia, como mesmo o nome dele? Ixe, não há quem faça lembrar! Também esqueci
de arrumas as compras, desarrumar as malas, de varrer a casa. Opa, aí não deu tempo mesmo!
Mas varro mais tarde, se não esquecer!
Iiiiiih, e esqueci de remarcar as unhas, preciso ligar pra a  manicure, mas qual o telefone
dela? Não lembro! Nossa, e o meu telefone, cadê? Oh não, esqueci! Quando chegar em casa vai
ter uma lista de chamadas não atendidas! É que eu tinha marcado um cinema com aquele rapaz.
Mas não esqueci. Só não estava muito a fim de ir. Ainda bem que esqueci o celular!
Ai meu pai, a matrícula da minha menina! Esqueci, e tem que ser feita até amanhã! E a
academia? Ah essa esqueça mesmo, que não vai dar! Aproveita e corre que, já tinha esquecido:
Tô atrasada pra a depilação!
Esqueci o horário da reunião, e de passar no shopping para pegar os vestidos na lavanderia.
Esqueci que minha mãe me pediu um livro emprestado, e de levar o carro pra lavar. Também
esqueci de mandar aquele memorando importante que o sócio pediu. Eita! E aquele relatório
que fiquei de enviar, adivinha, esqueci!
Ultimamente, tenho esquecido até que eu existo!
Já do seu rosto, da sua voz, do cheiro dos seus cabelos, do toque da sua mão, que eu queria
tanto, é impossível esquecer!
By Cris Vaccarezza
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