Enquanto não encontro o cara certo, me divirto com os errados!

Sai por aí, pelas baladas, cada vez mais pelada de corpo, e a alma mais revestida de solidão. Menos roupas, mais armaduras emocionais.
Ela é jovem, vinte e poucos, tem uma vida pela frente. Tem casa, tem carro, tem grana. Só não tem a certeza de estar fazendo a coisa certa.
A cada dia, expõe mais seu corpo, única parte dela que parece despertar o desejo, hoje em dia. E esconde a sete chaves o que ela realmente deseja. Ser amada, respeitada. Esconde o coração vazio e os olhos tristes, por trás de quilos de maquiagem.
A cada dia, ajusta mais as roupas e afrouxa mais os conceitos que aprendeu de seus pais: "Tenha modos! Respeite seu corpo". Como? Se parece que mais ninguém respeita? Nem ela mesma...
A cada mês, se torna mais loira pelas luzes repetidas. Luzes nos cabelos, pensamentos obscuros: É a ditadura da loirice. Não é loira porque quer. É loira porque convém. Porque todas são loiras, porque eles preferem as loiras. E ela, se quiser ser vista, tem que ficar loira também, ou magra, ou peituda, ou malhada. Tudo o que for convencional.
As pessoas deitam-se com qualquer pessoa. Sem conhecer seus hábitos, costumes, e pior, sem proteção. Desprotegem o corpo, fazendo da casualidade, verdadeiro escudo de proteção emocional. Hoje em dia, as pessoas tem mais medo de seus sentimentos, que de doença ruim.
E ela, por aí vai, se divertindo com os errados. Será que se diverte mesmo, nessa festa de Baco? Eram esses os seus planos? Usar e descartar? Ser descartável?
Leva a vida, vai levando: Enquanto não encontra o cara certo, se diverte com os errados.
De repente, um pensamento escapa à ditadura da mesmice: Enquanto se diverte com os errados, o cara certo é só mais um numa balada. Pra quem ela seria a pessoa certa, se certo e errado se tornaram mais do mesmo? A verdade é que, enquanto ela diverte os caras errados, o certo nunca a encontrará.
Por Cris Vaccarezza

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