Pesadelo

Essa noite tive um pesadelo: Acordei de ressaca em um motel, ao lado de um errado que mal sei quem é.
Outro corpo atlético, adulterado pelo álcool, pela carência ou pela solidão, com quem vou cruzar na rua daqui a algum tempo, sem mal lembrar o nome. Afinal, quem era aquele? Outro erro. Outro engano, meu Deus!
Mais um final de semana que começa numa ressaca, num duplo mal estar! Chamam isso de modernidade, casualidade, de normalidade. Eu chamo isso de loucura necessária à manutenção da sanidade.
Ando enjoada desse despertar ensandecido, como quem acorda de um sonho lindo, e cai na dura realidade. Como quem assiste novamente ao mesmo drama, já sem lagrimas para chorar.
A mesma seqüência de imagens: A seguir catar roupas espalhadas pelo chão, tomar uma ducha e partir. Sem esperar carinho, intimidade, continuidade. Sem esperar nada. Shift+Alt+Delete. Como se fosse uma fêmea que necessita reproduzir. Como se fosse um cio biológico. Acabara de tratar como reprodutor, aquele corpo ao meu lado. Acabara de ser a boneca infalível da vez. Mas não  estava interessada em procriar naquele momento, muito pelo contrário! Não queria reproduzir mais nada daquele pesadelo. Antes, quisera apenas sentir...prazer. Não o carnal, o do calor de um abraço.
Queria despertar o mais que depressa, daquele sonho horrível! Fecho a porta daquele quarto de motel esperando nunca mais voltar a vê-lo na vida! Não que não tenha sido bom, foi apenas incompleto. Vazio. Ressaca moral! Ressaca mortal. Náuseas de mim! Apenas um pesadelo, graças a Deus!
Nossa! Que sede... de amor!
Por Cris Vaccarezza

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