Um verdadeiro amor de novela

Desde João e Lara, que em 1972, viveram em Irmãos Coragem uma das primeiras histórias de amor, que casais vem ficando marcados em nossa memória. Quem esquecerá do amor de Herculano e Amanda, nas duas versões de O astro; quem não se lembrará do lendário amor de Jean Pierre e Aline, tendo como pano de fundo uma trama política medieval. O amor de Zé Inocêncio e Mariana, em Renascer, A honesta luta de Ivan e Raquel, provando que mesmo para sobreviver não Vale Tudo. O amor atemporal de Rafael e Serena em Almas Gêmeas. A força do amor de Zeca diabo e Santinha, que superava convenções religiosas. As confusões apaixonadas de Petruchio e Catarina, em O cravo e a rosa. O amor épico de Garibaldi e Manuela, em A casa das sete mulheres; o amor poderoso de Sinhozinho Malta e viúva Porcina, na censurada Roque Santeiro. A pureza de Jesuíno e Açucena, em Cordel Encantado; O amor imigrante de Matheo e Giuliana. Os encontros e desencontros de Professor Fábio e Jô Pentead. O amor nada convencional de  Olavo e Bebel em Paraíso Tropical. O amor indeciso de Lucas e Jade, em O clone. O doce amor de  Danilo e Ana Francisca, em Chocolate com Pimenta; A história de Nassib e Gabriela. O amor construído por Raj e Maya, em Caminho das ìndias. O romance apaixonado de Nando e Milena, em Por amor. E o puro amor de Claudio e Edwirges, em Mulheres Apaixonadas.
Todos exemplos de amor de novela. Todas belas histórias de amor com final feliz. E aqui você vai dizer. E quem disse que a história acaba no "FIM"? Claro que não, a vida continua e a história talvez não fosse tão feliz que tivéssemos a oportunidade de acompanhar o casal, além do "pra sempre". Embora efêmeros e ficcionais, os amores de novela são marcantes, exatamente pela fantasia da perfeição que envolve o casal.
É óbvio que amor de novela é idealizado, é fantasioso, perfeito demais. Mas é ao mesmo tempo leve, alegre, feito para aliviar corações. Não são feitos para serem analisados, são feitos para serem assistidos.
Apesar de toda fantasia dos amores de novela, de toda pretensa irrealidade envolvida, e de ter essa aura de efemeridade, eu queria citar como exemplo uma linda história de amor real, o amor entre o Príncipe Shah Jahan e a Princesa Mumtaz Mahal. De acordo com a história o príncipe, então com 14 anos de idade, visitando um bazar encontrou Aryumand Banu Begam com 15 anos, filha do primeiro ministro. Ficou tão encantado com a menina que, no mesmo instante, comprou um valioso diamante, e foi ao pai da moça e anunciou o seu desejo de casar com ela. O casamento ocorreu cinco anos mais tarde e dali em diante eles tornaram-se inseparáveis. A princesa, a quem Shah Jahan chamava carinhosamente de Mumtaz Mahal, "A jóia do Palácio", acompanhava-o em todas as campanhas militares, e era ela que o aconselhava nos negócios do estado e nas obras beneficentes. Shah Jahan teve "outras esposas", mas a sua predileta era Mumtaz Mahal, sua única e mais preciosa Jóia, com quem teve 14 filhos.
Em 1631, a princesa morreu dando à luz a sua última criança. O príncipe, com o coração partido, durante duas décadas de sua vida cumpriu com sua promessa, construindo, um monumento como símbolo do seu amor imortal para sua esposa e eterna companheira. O Taj Mahal foi construído sobre o túmulo de sua esposa e é considerado uma das maravilhas do mundo e permanece no meio dos jardins do rio de Yamuna em Agra, na Ìndia. Embora real, nos dois sentidos da palavra, a história dos dois parece amor de novela.
De novela, ou da vida real. Bom é o amor que vale a pena, que constrói. Que se deixa eternizar. amor que permite sorrisos, mas que também derrama lágrimas, arranca suor, gera sentimentos e nos deixa saber que estamos vivos.
Para finalizar, quando eu falei no outro post em "amor de novela", quero sim um amor real que tenha seus momentos de fantasia, de suavidade, de final feliz. E você, anônimo, pode até discordar, mas se fechar os olhos nesse momento e tentar lembrar de um beijo de novela, daqueles esperados por capítulos inteiros, tenho certeza de que saberá de que tipo de amor estou falando.
Por Cris Vaccarezza

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