Para o garoto que ensinou a oportunidade a esperar

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Eu fico daqui, torcendo à distancia por você. Pensando em como agora a sua vida deu uma guinada, rumo ao caminho certo. Na verdade, a estrada praticamente veio aqui, bater na porta de sua casa e te buscar. Deus quis assim.
Eu sempre ouvi dizer que a oportunidade é uma mulher com cabelos apenas à frente da cabeça. Você só consegue agarrá-lá enquanto ela esta correndo em sua direção. Se ela passar, it's over, baby! Mas você não. Quantas oportunidades deixou passar. Ela praticamente teve que sentar na porta da tua casa e te convencer a acompanha-la. Vem, Eduardo, vai ser bom. Vem, confia em mim, vai valer a pena. Aff, leonino é fogo! Há que ter paciência com eles.
E você, olhava pela janela, assustado, entre a vontade de ir em frente, a esperança de tentar mais uma vez, e o desejo imperioso de continuar na tranqüilidade de casa. Na velha e boa caminha, na confortável casinha, ao lado do amor de sua vida... Ah, como seria bom se tudo fosse assim, como a gente sonhou.
Sei que não foi fácil abrir mão da doçura tão conhecida do lugar tão calorosamente conhecido, dos programas favoritos, do espaço conquistados, dos amigos queridos, da fidelidade de Pink. Nada fácil trocar tudo isso pela incerteza do desconhecido e pelo esforço redobrado.
Outra coisa de que estou certa também, é de que inúmeras vezes, você pensou em desistir, mas foi mais forte. Venceu a si mesmo. Esta aí, vivendo dia a dia, passo a passo, aprendendo a caminhar sozinho rumo à vitoria.
Não foi fácil. Nunca será. Deus conhece os filhos seus. E sabe que você pode ser desafiado, porque gosta de vencer a si mesmo. A melhor das vitorias. Lutar contra o outro, sempre foi desigual, mas contra si mesmo, é a maior e a mais justa das lutas. É também, a mais proveitosa, pois nos torna mais fortes, mais capazes.
Eu fico imaginando, aqui, da minha janela, o quanto seus horizontes são novos, desde aquela primeira visita ao Novo Horizonte. Me pergunto o quanto a sua mente se abriu, o quanto seu coração arrefeceu no contato com a dor dos outros, o quanto você cresceu em menos de um ano!
E ao fim, menino prodígio, apenas te peço que siga caminhando, aprendendo, partilhando, e verá, ap encerrar essa etapa, que outra começa. Que você conhecerá outros desafios, que vivera outras alegrias, mas que acima de tudo, valeu a pena cada segundo que a oportunidade te esperou despertar e seguir. Apenas siga....
Por Cris Vaccarezza

Encontro às escuras

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Na hora marcada, ele estava na porta do restaurante. Ela também. Ensaiava as palavras. Tensa! O que dizer? Primeiro encontro. Tudo novo. De novo. Outras possibilidades.
Por fora, tudo lindo. Lá estava ela, toda arrumadinha. Embalagem perfeita, fora aquela etiqueta que feria suas costas. Roupa nova é o fim. Por dentro, sempre se perguntara: pra que tanto esforço para aparentar ser exatamente o que não somos?
Liga não, amiga, dizia a mentora do encontro em questão, pessoas gostam de aparências. Ela não! Gostava era de essência. Vai ver por isso estava só. Devaneios... Lá se vai a mente pensamento abaixo... Mas não agora, não aqui.
O cara à sua frente parecia, já que inicialmente, tudo apenas parece, ser interessante. Papo reto, cheio de respeitos e sentimentalidades. Cheio de planos pro futuro. Hum... Se não tivesse visto esse filme tantas vezes, estaria realmente empolgada. Há alguns anos, estaria rindo à toa. Mas a etiqueta... Ah, aquela etiqueta lhe dava ganas de arranca-lá com os dentes? Como concentrar na pomposa história de filatelia da arvore genealógica de seu interlocutor?
Segue a noite, no mesmo monólogo refinado. Lá pelas tantas ele lembra que tem alguém ali à sua frente: - E você, finalmente pergunta... Eu? Never mind! Só quero arrancar essa etiqueta com a unha mesmo e passar pra próxima fase, onde te derrubo... Claro que não disse nada disso. Meninas devem ser comportadas. Limitou-se a um breve resumo dos pontos altos de sua existência. Quase um lattes colorido. Tudo altamente previsível, conforme o script. Mais que o diabo da etiqueta, a essa altura, outra dúvida a incomodava: Por onde anda a originalidade? Em nome de Deus, homem, surpreenda-me!
Enfim, a conta, e ele está prestes a enfrentar a prova final. É ai que a maioria dos cavalheiros desaba do cavalo. Como se comportar a sos, pela primeira vez com uma dama. O segredo é encontrar o ponto certo entre o desejo e a vulgaridade. Homem que apela no primeiro encontro, desafina antes de cantar. Leva logo cartão vermelho. Tem que saber insinuar. Prometer, jamais exibir ou declarar. Apelar pro claramente obsceno então? Nem pensar... Mas você acha que eles aprendem?
Conforme o esperado, esse estava muito mais preocupado com as próprias necessidades. Nem bem entraram no carro e partiu pra cima dela com tantas mãos, que ela achou que finalmente, se livraria da maldita etiqueta. Pensando bem, antes continuar com a etiqueta, a ter aquele sujeito, feito polvo a espalhar tentáculos sobre ela.
Gostaria de ter uma crise de rinite naquela hora, ou de riso. Quem sabe, um ataque de pelanca, mas na falta de sintoma histérico que o afastasse, teve que apelar pra razão: - Olha, tenho que ir agora. Nem precisa me levar em casa. Não teríamos qualquer privacidade, pois os gêmeos são pequenos e chorariam o tempo todo. Vou pegar um taxi porque estou sentindo que está na hora de alimentá-los.
Claro que não preciso explicar que ela é solteira e mora só, exceto pela presença eventual de um gatinho persa, mas ele jamais teria outra oportunidade de saber. Não falar muito sobre si mesma no primeiro encontro tem lá suas vantagens. Na hora certa, basta usar as informações ideais pra se livrar de mais um chato egoísta e apressado.
Chegando em casa, se pergunta pra que tanta produção, tanto discurso ensaiado, pro cara errado? E jura por Deus que encontro às escuras, nunca mais, até o próximo sábado à noite.
Por Cris Vaccarezza

Lacerada

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Amar a muitos, confiar em poucos:
Acho que, por mais que tome na cabeça, nunca vou aprender isso.
Amar a muitos não é tão difícil quando amor toma a dimensão de palavra altruísmo, que melhor lhe caracteriza. Amor, ao pé da letra é sinônimo de doação.
Já confiar em poucos, é um desafio!
Desconfiar dos outros pra mim é horrível.
Uma punhalada a mais, uma a menos, não vai fazer tanta diferença num peito dilacerado, vai?
Afinal, por mais que dilacerem a carne, jamais destruirão a minha fé no amor.
Desistam! Eu não vou desertar de amar.
Já me bateram muito na face. Pois eis a outra, a da esperança!
Por mais que desacreditem, que destrocem, que caçoem e ridicularizem,
continuarei crendo no sonho do amor ao próximo.
Continuarei tentando.
Não porque seja forte, mas por ser burra talvez.
E só de birra, vou provar que isso é um direito.
Eu vou amar e confiar o quanto queira!
Por Cris Vaccarezza

Sigo amando

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Não quero o Oscar de melhor atriz, quero ser mulher! Viver minha essência feminina com o homem que me atrai, sem que ele ache por um segundo sequer, que sou perfeita. Não sou perfeita, não sou santa, sou mulher! Quero só fazer falta. Quero colo, carinho, compreensão! Quero afeto. Com afeto, tudo fica mais bonito. Com afeto, tudo é multicor. Pintado com as cores da paixão, sempre rubras, sempre vivas!
Quero que venhas me ver, e que me queiras ver aí contigo. Quero uma troca. Justa, bilateral. Não quero mesquinharias. Fidelidade, é pouco pra mim. Eu quero ser sua, quando fores meu. E além. Mas minha fidelidade não pressupõe a sua. Nada a ver. Quero lealdade. Não me entenda mal. Não preciso que me sejas fiel. A menos que abertamente queiras. Não me pertences, exceto nos raros momentos que são nossos. Quando nos emprestamos um ao outro. Seremos um do outro, pelos segundos que partilharmos, nessa eternidade sem fim.
Em nosso pacto de lealdade, quero ser a primeira a saber. Essa é a regra. Não quero saber da outra, ou das outras que forem tuas. Quero ser a primeira a saber quando tu não quiseres mais. Seja honesto. Não sumas. Sumir é ilegal. Sumir é desleal. Fale, apenas isso. Não dá mais! Prometo que sairei da sua vida, pela mesma porta que entrei. Sem dramas, sem vexames, sem ciúmes, sem porquês. Apenas não dá mais. E seremos livres outra vez, sem termos sido desleais ou infiéis. Quero que possas dizer, ela sabe. Não há mentira. Foi a primeira a saber.
Cumplicidade. É isso! Mais que um namorado, marido, rolo, algo assim, é isso que quero: Cumplicidade! Cúmplices estão acima das convenções sociais, estão acima do bem e do mal. Têm em comum, apenas um ideal. Que o nosso seja amar. Sem pertencer, sem rotular, sem amarrar. Mas amar com frequência, dar, trocar, emprestar. Se fazer feliz.
Embora saiba que o que busco, nem sempre seja o que encontro, vou expondo meus desejos, rasgando meu peito e sangrando sentimentos pra quem quiser ouvir. Quem sabe lendo e relendo, me acho em um momento de rir das tolices que escrevi. Isso se chama envelhecer. Sigo amando!
Por Cris Vaccarezza

Fogo de monturo

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E continuava repetindo:
Só termina, quando apaga de verdade.
Não se iluda, ninguém impera nos reinos da emoção.
Fogo de monturo também é fogo, de repente, do nada aumenta, aquece, esquenta,e queima...
E como queima! Bobeou, vira vulcão.
Por Cris Vaccarezza

Convergindo

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Pensei tanta coisa bonita, mas na hora de dizer, cadê?
Queria te dizer que foi surpreendente o modo como a gente, depois de tanto tempo, sincroniza tão bem.
Dizer que eu nunca acreditei nesse amor que antes você não sabia, e agora confessa em letras de musicas que jamais esperei ver dedicadas por você.
Você que parecia tão denso, tão cético, tão distante, agora confessa que sente, que sofre, depois de tanto tempo?
Queria te contar que andamos muito. Sozinhos. E que os espinhos em que pisamos, as pedras em que tropeçamos, só parecem ter servido para nos ensinar de novo, o caminho de casa. e como foi bom regressar. Para amaciar nossos passos.
Por fim, mais que tudo isso, queria dizer apenas, que me encontro de novo, plena e linda em seus braços...outra vez.
Por Cris Vaccarezza

Naturalmente BEla

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E de novo se via vivendo um momento bom. Diferente do que pretendera, do que imaginara. Diferente do que planejara, desejara... Ansiara.
Dessa vez, digo, mais uma vez a vida tomou-lhe da mão a batuta e se pôs a reger a orquestra. Mais uma vez a caneta riscava velozmente o papel num enredo que ela não escrevera.
E se via personagem de um romance inimaginável, ouvindo de quem menos esperava, dado à distancia sempre imposta, à postura inatingível que ele sempre adotara, palavras de amor e confissões que juraria impossíveis. Ali, naquele final de semana improvisado, de ultima hora.
Quando ao contrário da viagem sonhada, que se mostrou o maior fracasso, ninguém partia. Alguém chegava. E de alguma forma, chegava pra ficar.
O cenário não era uma praia, montanha, ilha deserta ou chalé, apenas a velha casa de sempre. Os mesmos cenários, tão conhecido.
O que era suposto ser vivido a dois, acabou partilhado em família. Pai, mãe e filha...
Acabou sendo pega de surpresa, sem tempo para maquiagem, escova, peeling, ginástica. Sem tempo pra ser sexy, fazer caras e bocas. Sem tempo pra tentar agradar.
Com ele, podia ser natural, ele a amava, naturalmente, com os cabelos molhados, com a pele nua. Apenas o cheiro leve da flor.
Entendeu que tentar agradar a todos é, a grosso modo desagradar a si mesma para não agradar inteiramente a ninguém. Agradar totalmente é impossível. E muito desgastante, frustrante mesmo!
Achara enfim, tempo para ser feliz, se realizar, curtir o momento sem ter que fingir mais nada. Apenas se entregar, e ser B+ELA.
Por Cris Vaccarezza

Ao que poderia ter sido

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Nenhuma palavra sobre você.
Não me perguntem! Não quero dizer.
Nada a dizer sobre essa planta sem raízes.
Fico em silêncio. Deixa ficar, estar, permanecer.
O que há de ser, quem sabe? Por que haveria de saber?
Nem uma palavra, deixa acontecer, beijos e sussurros, tropeços, cicatrizes.

Deixa o barco passar, deixa o tempo correr... Em silêncio.
Nem um verso decassílabo, nem uma rima.
Nenhum poema, nenhum soneto, feitos em nome desse amor.
Nenhum amor em nosso nome.
Nenhum verso. Nada consta, nada contra, nenhum rancor.

Deixa ao vento, os cabelos.
Gruda umas às outras, as mãos.
E os pés, una à poeira do chão. Segue teu caminho
Ama o mais que possa,  e confia apenas a Deus o seu coração.
Quem sabe dura uma década. Quem sabe, apenas uma estação

Cala na boca, a palavra ofensiva, e guarda na saliva o doce da oração.
Na carne, guarde a memória da vida. E o que não for bom, entrega ao perdão.
Assim, no fim, ainda que se vá em silêncio, não terá se ido...
Não terá sido em vão.

Por Cris Vaccarezza

Fluída

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Outro dia, em frente à barra de um rio qualquer, a foz, o delta, o encontro de rio e mar, eu pensava na singeleza da vida. Aquele mundarel de água, aquela infinidade de vida...
É fácil perceber as lições simples que a natureza nos dá. A água ensina muito, quase sem falar. Ensina pelo exemplo.
Água que não se detém em barreiras, não se revolta contra o curso da vida, não perde tempo queixando-se dos problemas. Apenas corre, apenas flui. Irriga, nutre, contorna, infiltra, purifica, carrega, renova, socorre, hidrata, lava, apenas flui...
A água chega a todos os lugares, passa por todos os desafios silenciosamente. E exerce a sua função sem murmurar contra ninguém. Apenas flui.
E no fim da jornada, se se contamina ao longo da estrada, evanesce, evapora, vai ao céu e se renova. Chove e volta pura, pronta para recomeçar.
Assim é a vida, da qual, a água também é raiz, renasce, renova e, apenas flui.
FSA 20/09/2012
Por Cris Vaccarezza

Beleza funcional

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A cada dia desacredito mais e mais, daquilo que é belo e ponto. Belo e pronto! Apenas belo.
A esterilidade da beleza esta cada dia mais evidente na sociedade moderna. Valoriza-se o que é lindo, que a principio é sinônimo de saudável. Pero, nem sempre! Atualmente, em nome da beleza faz-se cada loucura... Químicas, físicas, laseres, peelings, abrasivos. Tudo em nome da perfeição.
Possível? Improvável. Quando todos os sucessos forem alcançados, será que não há de se apaixonar justamente por alguém que não valorize nada disso?
Efêmero demais! Vale a pena investir dias, anos, rios de dinheiro em coisas que não vão durar décadas?
Pensemos, hoje vivemos um paradigma universal: Vivemos mais, mas ninguem quer ficar velho. Desde quando envelhecer é perverso? Desde que a sociedade veladamente discrimina os idosos. Como veladamente discrimina aquilo que não é igual, padrão, mesmidicado. Como diria mesmo Caetano? E não me canso de citá-lo: É que Narciso acha feio, o que não é espelho! Triste! Vivemos a era dos egos inflados.
Pra quê braços rijos, malhados, tórax dividido, se não servir para acolher ninguém em um abraço sincero? Pra quê seios lindos, redondos, firmes, se não servirem para alimentar uma alma, para amamentar uma vida? Que que vale uma barriga lisinha, tanquinho, dividida, se não servir para gestar, para parir, para deixar passar, seguir? De que adianta um rosto sem rugas, perfeitamente liso, se não puder ser amarrotado pelo maior sorriso que se pode oferecer ao outro? De que valem mãos macias se não puderem tocar outras mãos frias? Que que vale corpo perfeito se não puder aquecer outros corpos com seu calor?
Prefiro flacidez de sorrisos fartos, seios caídos de amor, barriga repleta de sonhos, boca cheia de frases amorosas, mãos calejadas de vontade de servir!
Vamos cair na real! Tudo muda, tudo passa. E você, queria ou não, creia ou não, também vai passar.
Chega de futilidade! Vamos cuidar dos nossos valores. Aqueles que são perenes, a beleza funcional da alma. Beleza funcional não é estática como a sua foto mais linda, aquela da moldura, beleza funcional independe de maquiagem, escova, academia, silicone ou botox. Não tem idade, não conhece limites. Divide o pão, agrega calor, acresce a solidariedade, faz funcionar o amor. Inclusive aquele que queremos que seja pra sempre. Quem quer amar de verdade, deve apaixonar-se pela mente, não pelo corpo.
Ponha o que há de mais belo em você, em favor do outro. Mais que estar belo, preocupe-se em fazer o mais bonito pelo outro.
Por Cris Vaccarezza

Cotidianos: Na telha

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Aprende a só fazer o que te der na telha, se agüentar as consequências. Telhado incompleto... espaço a ser preenchido. Pensamentos incoerentes, talvez fruto de uma pedra atirada prematuramente em um telhado qualquer. Apenas por que, deu na telha... Não nasci para fazer sentido, então, não me pergunte o porque. Mas só pra constar, anote: só faça o que te der na telha, se estiver pronto pra agüentar caso o telhado todo venha abaixo.

Por Cris Vaccarezza (Cotidianos)
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