Herança

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Pois toma, filho, é teu! Faze bom uso do que te delego agora. Vê, esse brilho dourado, essa luz? Pega e cuida bem dela. A cada ano que a ela te dedicares com amor, mais tempo te será acrescido às horas. Mais cada hora te valerá.
tua herança centuplica  filho. A cem pra um, a cada minuto que te dedicares a ela. Inicia teu ano de plantio com alegria e o findarás com tranquilidade.
Se te dedicares à tua herança, filho, não haverá empecilhos que te barrem os passos, pois poderás sempre encontrar um caminho alternativo. Não haverá porta que se feche para tí, pois sempre é bem vindo, quem porta uma herança como a que te entrego agora.
Só não esqueça  filho querido, que tua herança não aumentará, ou sobreviverá se não estiver sob tua atenção constante. Então vai e cuida dela.
Eis em tuas mãos, o conhecimento. Dou-te o pouco que tenho, como semente para que colhas muitos frutos. Mas não te confies no meu. Dou-te também a educação, para que ao lado da minha árvore de conhecimentos, plante também a tua. E quero, filho querido, na sombra do teu conhecimento, repousar no futuro.
Vai, começa agora mesmo, a ler, escrever, estudar. Estuda a gramática, as ciências, a matemática, as leis, a filosofia, a história, a psicologia. Estudes de tudo um pouco. Tenha fome, seja ávido e serás feliz.
Se te fizeres mestre no conhecimento, na polidez, na moral e na educação, viajarás pelo mundo, e serás pleno, rico, senhor! Serás milionário, filho! Pois todo aquele que ilumina é bem vindo. Jamais ficarás pobre. Tua herança é invisível aos olhos de cobiça dos homens. Eles jamais te poderão roubar. A educação é uma conquista que só se alcança pelo esforço pessoal.
Educação. Foi a melhor herança que recebi e é a que vou deixar. A única que não causa briga, polêmica, nem bá-fá-fá!
Por Cris Vaccarezza

Excesso de bagagem

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Tá bom! Então você não consegue perdoar. E se perdoa, não consegue esquecer...
Aí eu te pergunto. A pessoa que te magoou sabe mesmo da mágoa que você guarda?
Guardar essa dor não te dá a impressão de que você anda carregado? Emocionalmente pesado?
A raiva cega, ainda que momentaneamente. E basta um segundo, pra fazer bobagem...
O ódio enfeia a paisagem. Mágoa ocupa espaço em seu coração. Não esqueça, rancor também é bagagem.
Mas tem bagagem que não enfeita, não ajuda, só pesa...
A mágoa que você insiste em carregar, está te ajudando em alguma coisa?
Não? Então arreie, delete, perdoe, esqueça...Deixa pra lá.
Viaje leve e curta a paisagem!
Por Cris Vaccarezza

O belo

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Sim!
O salto é belo.
O maquiado é belo.
O produzido é belo.
O estiloso é belo.
O fashion é belo.
O siliconado é belo.
O caro é belo.
O malhado é belo.
O orto é belo.
O estático é belo.
O fotografado é belo.
O artificial, pode até ser belo.
Mas o naturalmente belo...
Ah, esse é o mais belo de todos.
Por Cris Vaccarezza

O melhor de si

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Quem só tem pedras nas mão, só pode atirar pedras. Mas se você tem flores, por favor, dê flores!
O mundo precisa de flores.
Por Cris V.

Luz

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Conquista-me. Com a sutileza com que a raposa pediu ao Príncipe que a cativasse, conquista-me. Te peço que uses a sua doçura maior, e toda a sinceridade que tiver na alma, conquista-me.
Quero sentir o toque suave do teu carinho em meus cabelos. Quero sentir a sensibilidade de um olhar terno, daqueles que fazem emocionar. Quero sentir o calor de mãos solidárias, nas minhas. Quero sentir a proteção ímpar de um abraço.
Conquista-me. Faz-me voltar a acreditar no ser humano. Em troca, acredita em mim também. Fala-me palavras belas, palavras de incentivo. Palavras de fé. Tapinhas amistosos de "Vai em frente, não desiste" também preciso ouvir. Deixa-me saber, ouvir em alto e bom som que acreditas em minha capacidade de superar. Juntos somos mais fortes. Quero saber que um pouco que seja, também eu, te conquistei.
Conquista-me. Deixa-me crer que tenho um amigo. Antes de qualquer outra coisa. Um amigo é riqueza rara nessas terras. Deixa-me saber que posso contar contigo. Prometo em contrapartida, não abusar. Não quero ser peso pra ti. Apenas apoio, ponto de equilíbrio. Um porto seguro, um ombro fraterno.
Deixa-me ficar. Fiquemos. Não à frente, como escudo, não atrás, como guarda costas. Lado a lado. Assim, estarei também ao teu alcance, caso precises. Caminhemos então, lado a lado.
Deixa-me tocar-te, não apenas teu corpo, tuas mãos, tua face, deixa que te toque o coração. Preciso doar amor. Quando doamos amor, a atmosfera em nossa volta se faz plena de luz. Deixa-me clarear com a sua luz. Ilumina-me. Essa luz é contagiante. Quem sabe assim, cada um de nós conquiste mais e mais pessoas. Ilumine-as de esperança. Conquista-me a esperança.
Por favor, conquista-me.Permita-me. Permita-se. Permitamos...
Por Cris Vaccarezza

Patricinha, a princesa digital

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Ana Patricia era, desde sempre, inegável e irremediavelmente, uma nerd. Daquele tipo viciado em tecnologia. Consumia velozmente toda e qualquer novidade disponível no mercado.
Desde pequena fora assim. Lembrava de seu primeiro amor: Um Gênius, brinquedo de estratégia, baseado em seqüências de luzes e sons, que hj pareceria pré histórico. Depois veio um pequeno órgão eletrônico, um mini sintetizador, e então, descobriu os joguinhos eletrônicos manuais.
Na adolescência, não saia à rua. Era do tipo meio pálido no verão, costumava passar as tardes entre joysticks e cartuchos. O que você imaginar de vídeo Games, ela já teve. Do velho Odissey e Atari, até os modernos X BOX.
Acompanhou a evolução do computador, do primeiro pc 500 aos menores netbooks, e a internet, lhe trouxe alguns namorados, os primeiros romances, algumas descobertas e adjunto, algumas cicatrizes. Acho que foi aí que Ana Patricia optou pela virtualidade. Se o mundo real já não lhe atraia, agora, ferida, era quase uma ermita. Refugiara-se na segurança do universo digital paralelo. Só saia de lá, para o trabalho, evidentemente ligado à informática; e os livros. Ah, os livros! Que cheiro bom tem um livro, estalando de novo, ou velhinho, um clássico meio mofado, mas e daí? Esse era um bom motivo para que ela, branquelinha, apanhasse sol.
O tempo que trouxe os avanços, também trouxe algumas rugas e cabelos brancos. E eis Ana Patricia, aos 35 solteira, independente, e ao contrario das poucas amigas, completamente alheia às mulheres que se estapeavam lá fora, em busca de um homem. Tinha outros interesses. Principalmente, eram outros, os jogos que lhe interessavam. Os jogos em que podia vencer.
Quando lançaram o iPhone, foi a gloria! A modernet chegou ao paraiso, já que poderia viver conectada 24hs por dia, em qualquer lugar. Isso é que era inclusão digital! Seus jogos tomavam grande parte de seu dia, tantos comandos, tanto a atualizar em cada um, que raramente levantava os olhos da telinha, para o mundo real. Até os livros estavam ali, ao alcance de um par de dedos.
Foi num desses jogos de estratégia, King's Empire, que depois de dias construindo uma base solida, capaz de guerrear, um esperto lança-lhe um ataque letal! Pânico! Sozinha não daria conta. Recorreu ao clã, conselho de lideres que se ajudam nesses jogos de estratégia, e eis que um dos príncipes de um reino aliado saiu em sua defesa. Enviou tropas, que se juntaram às suas, e juntos, deram cabo do inimigo. E se tornaram amigos.
David era um garoto de 23 anos, e pelo perfil do Facebook, ela desconfiou que era casado. Mas ele parecia ter se empolgado com a defesa. E tratava a princesa do reino vizinho como sua protegida, chamando-a de meu amor. Nenhum ataque vai derrotá-la, prometo! Foi assim que a dupla empreendeu um império lendário, conquistando todos os reinos possíveis em seu território. Ela era mesmo uma grande estrategista.
Infelizmente, a coisa começou a sair da virtualidade, e com o tempo, não bastou vê-lá pelo perfil do face, ele queria seu telefone, queria discutir as estratégias de ataque pessoalmente, e o pior, havia uma rainha ao seu lado, na vida real. Provavelmente, dormindo, enquanto ele se derretia de amores pela princesa aliada.
Ana era sempre evasiva, sempre trazia para o campo da racionalidade e da amizade, a relação dos dois. Era tão bom ter um amigo, ainda mais, um aliado como aquele. Não queria perdê-lo. Até o dia em que ele a pôs contra a parede. Ela tinha que decidir. Ou namorava com ele, ou perderia o aliado nas batalhas. Tinham um impasse. Ele rompia o acordo. Ela não queria se tornar uma amante.
Foi nesse dia, que ele perdeu a amiga, a aliada, o reino e o jogo. Ela invadiu seu reino com todas as tropas, e o derrotou. Afinal, ela era uma princesa, mas isso era um jogo, não um conto de fadas.
Por Cris Vaccarezza

Opostos

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Quer saber, deixa estar! Deixa ficar em silêncio, que fica melhor. Se te magoei com qualquer julgamento, perdoa que segues mais leve! Se me magoou com qualquer ilusão, não mais! Tá perdoado!
Sigamos em paz, que nossos rios são águas de vales opostos. Deixa que cheguem a seus deltas e deságüem em silêncio. Sem mais qualquer rumor de corredeiras, ou palavras rudes, se chocando contra as pedras do caminho.
Deixa fluir. Vai em paz...A vida flui, a vida segue!
Por Cris Vaccarezza

Ei, psiu!? A máscara de bom moço, caiu!

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Há dias se perguntava, por que sumiu? Se ainda tivessem ficado juntos, diria: Sumiu porque conseguiu. Mas nada! Nem sequer se conheceram pessoalmente. Pra ser sincera, pelo blá, blá, blá de seriedade virtual, de compromisso, casualidade com ele, era a última coisa que lhe passaria pela cabeça.
Tantos papos depois, encontros marcados, alguns, por ela reagendados; outros, por ele, ignorados, silenciados, só desencontros...E droga! A ideia nem fora dela! Estava no seu cantinho. Pra que cutucar?
Agora, abduzido sem pistas: Offline no Msn, desapareceu do Facebook, sumiu do mapa. Depois de ter furado mais um encontro que fez questão de marcar, depois de jurar que adiantaria o trabalho da semana, pegaria a estrada e viria vê-la, depois fazê-la mudar a agenda...era pra ficar curiosa, não? Pra ela então, que tinha curiosidade por sobrenome, uma afronta!
Mas eis que o "acaso" conspira em seu favor. E o encontra em um carro estacionado trancando a saída do dela, na porta de uma delicatessen, às cinco e meia da tarde de uma quinta feira. Esperando alguém que provavelmente estava lá no interior da padaria. Quem seria? A esposa talvez? Uma namorada?
De repente, zilhões de perguntas: No meio da tarde? De uma quinta feira? Mas não era ele que trabalhava em outra cidade? Esperando alguém que fazia compras? Mas não era ele o pai honrado, que criava sozinho, seu filho, abandonado pela mãe, com a ajuda exclusiva da avó idosa e doente? De bermuda? Mas não era ele que vivia de terno e gravata, mesmo nas tardes quentes de verão de uma cidade litorânea?
De repente, não mais que de repente, quando os olhares cruzaram. Seu carro estava bloqueando o dela. Ela ia sorrir, pedir pra tirar... Mas peraí?!, disse seu olhar, Eu te conheço!... Eu sei, é verdade... Desculpa! respondeu o olhar dele, baixando ridiculamente. Foi um engano. Ela ergueu seu olhar. Entrou em seu carro. Aguardou que ele tirasse o carro do fundo do seu. Evitou olhar pra trás, para não aumentar o constrangimento dele... Saiu dali o mais rápido possível. Foi um engano! E tudo se esclareceu.
Mas o olhar dele, depois de menear a cabeça reconhecendo-a da foto, baixando para recolher os fragmentos da mascara que caíra e estava espatifada no assoalho do carro... Essa imagem, em silêncio, lhe deu todas as respostas.
Infelizmente, essa é a imagem que guardaria dele. Essa é a imagem que eu não esqueceria. Tinha a mania boba de não guardar a primeira impressão das pessoas. Sempre lhes dava uma segunda, terceira, quarta oportunidades de deixar boa impressão. Preferia guardar a ultima impressão. Essa é a que fica. Achava, agora, que precisava rever seus conceitos. Essa coisa de deixar as pessoas se mostrarem não tem lhes favorecido. Uma pena!
Por Cris V.

O cara certo pra você

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Esperando o cara que Roberto Carlos descreve na música...morreu seca. Ele não chegou. Ele não existe. Ela escolheu demais. Será?
Outro dia, postei em meu perfil no Face, a foto acima. E os comentários foram de concordância. Parece uníssono a afirmação de que "esse cara" não existe. Encontrá-lo, seria um milagre. E, por conseguinte, de que devemos nos contentar com os exemplares de que dispomos no mercado, em sua maioria ogros, infiéis, cafas, pobres de caráter, ou conteúdo. Sem "escolher demais". E passar o resto da vida equilibrando as galhas, aturando bêbado chato, ou apanhando dia sim, no outro também, sem questionar. Pelo contrário, sendo grata a Nossa Senhora das encalhadas por ter um homem ao seu lado.
Acredito que o mar não está pra peixe. Há muita mulher solteira no momento. Muitas mulheres cada vez mais belas, saradas, independentes, inteligentes, interessantes e disponíveis. Disponíveis até demais. Mas elas também não estão se dando bem. A cada balada, noitada, festinha, pescaria, sua rede vem mais cheias de piabas. Onde estão os cardumes de Atum, Salmão, Vermelho, Namorado? Será que não existem mais?
É verdade. Estamos muito carentes. Eu diria que a mulherada está tão carente que ouvi recentemente de uma amiga que "guerra é guerra"(?); de outra, que "não existe mais essa coisa de meu tipo de homem"(?). Muito bem. Estamos matando cachorro a psiu! Não me admira que Cinqüenta tons de cinza seja sucesso de vendas. Ou que a música de Roberto nos faça suspirar. O homem que descrevem as duas obras artísticas são lendas urbanas, verdadeiros milagres. São os musos idealizados dos tempos modernos.
Eu disse "musos"! Olha a inversão de valores. Antigamente, as musas eram idealizadas. Os homens as disputavam, todos queriam ser os melhores cavalheiros, para merecê-las. Conseguir uma mulher era difícil. O cara tinha que se destacar, se esforçar, matar um leão por dia (vide pre-história).  Uma MULHER, então, custava dotes caríssimos. Era preciso cuidar dela, cortejá-la, protegê-la, conquistá-la. Hoje, a coisa está tão desesperadora, ou desesperada, sei lá; que os homens perderam o seu papel de cavalheiros, de protetores, de provedores, de heróis, lutadores. Estão eles no papel de caçados.
Não admira que achem que temos que nos contentar com qualquer coisa. Mas sabe do que mais? Eu não concordo! Mania essa minha de discordar! Eu acho que o cara descrito por Roberto existe sim, mas não para todas. Como tudo na vida. As oportunidades estão aí. Mas não para todo mundo.
Dizer que o cara não existe, é o mesmo que afirmar que o prêmio da mega sena não existe só porque eu, nem ninguém que eu conheço ganhou. Generalização. Ingenuidade. Ele existe sim. É aquele cara que curte nossas postagens, que sempre presta atenção na nossa roupa, na nossa nova foto de perfil. É o cara que lê nossos status, que se preocupa em dar um bom dia, em saber se estamos bem. O cara descrito na música é o cara que se interessou por você. Infelizmente, ele também é aquele que não nos desperta o sex appeal, porque inconscientemente achamos os lobos maus mais interessantes. Os cafajestes, os inconquistáveis, egoístas, distantes, insensíveis, os problemáticos, os difíceis, que sem duvida, vão acabar derramando algumas lágrimas, esses são os caras que nós escolhemos para ter por perto. Por outro lado, como esses são os preferidos, não sentem qualquer necessidade de se tornar um daqueles cavalheiros que fazem de tudo por sua mulher. Pra que mexer em time que está ganhando?
Por fim, caras parceiras, não acho que se portar movidas apenas pelo sex appeal, pela carência, ou pelo comodismo, vá nos levar a encontrar aquele cara descrito na música. Acredito, isso sim que não temos que nos contentar com o que aparece. Não temos nada a perder. Mesmo ficando sozinhas. Há certas companhias que realmente não valem o sacrifício de uma escova sequer. E, vamos lá, ficar sozinha não é o fim do mundo. Afinal, não é assim que você vai estar amanhã, depois de ser usada por aquele cafa egoísta? Depois de ter virado estatística, história, conquista, troféu?? Depois de tudo...Sozinha? Entendeu, ou quer que eu desenhe? Não, não temos que aturar qualquer coisa, como se não tivéssemos opção. Ficar em casa sozinha é uma opção. Sair com as amigas, também é. Visitar um amigo doente, plantar uma flor, ler um livro, jogar uma partida de tênis, malhar até cair. Qualquer coisa que não roube a sua dignidade no dia seguinte.
Em minha opinião, temos é que pensar mais nossas escolhas. E deixar sim, a cadeira vazia. Quem sabe tudo o que aquele cara que ama você do seu jeito espera, seja justamente uma oportunidade de encontrá-la sozinha e tranquila, para se aproximar. Sem tanta balada, sem tanta maquiagem, sem tanta agitação...
Até para receber presentes do Papai Noel, era preciso que acreditássemos nele. E vamos combinar, o Natal tinha outro sabor, quando a gente acreditava. Se queremos que o milagre aconteça, precisamos ao menos ter fé de que milagres acontecem de vez em quando e de que somos dignas de um milagre. Esperar, faz parte do milagre. Ainda que ele não chegue para nós, correr atrás não vai fazer acontecer.
Por Cris Vaccarezza

À distância

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A distância... sempre ela. Temperando, criando, postergando, esperando, ansiando. Sempre ela enxertando gerúndios em meus verbos, indefinidamente... Quero infinitivos e não infinitos. E quero já!
Infinitivo pessoal, de preferência!
À distância, minha companheira mais usual, os meus respeitos.
Obrigada pela companhia constante!
Por Cris V.

Da série: Poesia adolescente - Saudade, poesia singular

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Partiu
E com você,
Partiram meus olhos.
Olhos de lamúria,
Olhos encharcados
Da sede que você deixou.
Olhos extasiados,
Tristes, deslumbrados,
Arrasados e profundamente solitários.

Se foi,
E por você derramei lágrimas,
Lágrimas de amor,
Sentidas,
Choradas,
Extraídas de um coração
Dilacerado, bipartido.

Ainda assim, se foi.
Ainda assim, não voltou.
Para mim, parece que foi único.
Pra você, por pouco, fui mais que nada.

Por Cris V. (Adolescente, 1988)

Da série: Poesia adolescente - Cárcere

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Cárcere meu, meu cárcere!
Punhado de vida, em mãos de aço.
Luta sem fim, amargo laço.
Cárcere frio e forte,
aprisionas quente e frágil coração.
Cárcere, por todo o amor que existe,
Sede sensato para crer,
tens em gaiola de ouro, um pássaro triste,
que encarcerado, cansou de viver.
Deixai ir, voar, o pássaro triste,
Para que a alegria não se perca
de todo no passado.

Cárcere,
És de palavras e ar,
e ainda resistes,
Pois falta coragem ao pássaro triste,
Para romper teu cercado.
Cárcere, por favor, me responda,
Que duras penas tenho que cumprir?
Pago por querer amar e ser feliz apenas?

Pois então digo-lhe, Cárcere:
Nas costas, carrego penas muito pesadas:
As que me outorgaste.
E outras tantas, muito leves, 
das asas de um pássaro triste que só queria amar.
Tenho porém, algo a discordar da minha sentença.
Ainda não me podes condenar!
Pois pássaro triste, Cárcere,
mesmo em gaiola de ouro,
não vê motivos para cantar.

Por Cris V. (Adolescente, 1986)

Biografia instantânea

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Nasci, cresci, reproduzi, li, reli, sobrevivi... Estou por aqui! Quando Deus me chamar... Parti!!
Simples assim...
Por Cris Vaccarezza

O que dizem por aí

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Dizem que mulher gosta é de dinheiro.
Dizem que mulher gosta é de coisa cara.
Dizem que mulher se arruma para outra mulher.
Dizem que mulher é bicho vingativo.
Dizem que mulher sempre tem que perder dois quilos.
Dizem que mulher dirige muito devagar.
Dizem que mulher não gosta de futebol.
Dizem que mulher gosta de ser dependente.
Dizem que mulher não sai de casa se a maquiagem, o cabelo e as unhas não estiverem absolutamente impecáveis.
Dizem que mulher adora salão de beleza.
Dizem que mulher adora fofoca.
Dizem que mulher gosta de cafajeste.
Dizem que mulher adora que paguem suas contas.
Dizem que toda mulher quer casar.

Eu me pergunto: Será que quem diz, sabe mesmo o que diz?
Ou pior: Meu Deus! Será que eu sou homem?

Por Cris Vaccarezza
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