Da série: Poesia adolescente - Cárcere






Cárcere meu, meu cárcere!
Punhado de vida, em mãos de aço.
Luta sem fim, amargo laço.
Cárcere frio e forte,
aprisionas quente e frágil coração.
Cárcere, por todo o amor que existe,
Sede sensato para crer,
tens em gaiola de ouro, um pássaro triste,
que encarcerado, cansou de viver.
Deixai ir, voar, o pássaro triste,
Para que a alegria não se perca
de todo no passado.

Cárcere,
És de palavras e ar,
e ainda resistes,
Pois falta coragem ao pássaro triste,
Para romper teu cercado.
Cárcere, por favor, me responda,
Que duras penas tenho que cumprir?
Pago por querer amar e ser feliz apenas?

Pois então digo-lhe, Cárcere:
Nas costas, carrego penas muito pesadas:
As que me outorgaste.
E outras tantas, muito leves, 
das asas de um pássaro triste que só queria amar.
Tenho porém, algo a discordar da minha sentença.
Ainda não me podes condenar!
Pois pássaro triste, Cárcere,
mesmo em gaiola de ouro,
não vê motivos para cantar.

Por Cris V. (Adolescente, 1986)

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