O sonho de Lucas

Lucas adora dançar. E ele tem um jeito todo particular de dançar. Lucas tem um jeito todo particular de sorrir. Tem um jeito todo particular de chamar para dançar. Um jeito particular de viver, intensamente.
E uma característica muito especial, ele não sabe parar, principalmente, quando o verbo é dançar. Esqueceram de fabricar nele o botão "parar". Parece ter uma carga infindável de energia dançante.
Mas parece também, não saber parar de abraçar, de sorrir, de se fazer presente, de participar de qualquer aventura louca que a turma possa imaginar. Desde que envolva dança, afeto, sorriso e alegria.
Pois bem! Lucas tinha um sonho. Desse tipo de sonho que a nossa zona de conforto taxaria à primeira vista de trabalhoso. A exemplo de Ícaro, cujo sonho era voar, seu sonho era dançar no festival de zouk. Mais que dançar, ele queria se apresentar. E por que não? Ele queria dançar na primeira apresentação. Mas dançar sem ensaiar? Em cima da hora, com quem dançar?
É aí que surge, Mone. Quem melhor para dançar com Lucas, que uma professora? Dona de uma garra singular. Dona de uma inteligência digna de nota. Dona de uma elegância rara nos nossos dias. Dona de si. Uma mulher que adora ensinar. Como não aceitar o desafio? Como não estar lá, naquele momento?
Acostumada a grandes plateias desatentas, ela estava agora, diante de uma platéia que prendia a respiração. Todo mundo queria ver Lucas dançar e se realizar. Era um sonho. E sonho que se sonha junto, já dizia o poeta, é realidade.
Acho que estávamos todos, com ele naquele palco. Mas, mais que todo mundo, era Mone, quem estava lá. Ao lado dele. Na primeira apresentação da noite. A primeira dele, a primeira dela, nas festas de zouk. E quem nunca teve uma primeira vez, ignora a sensação descrita agora. Borboletas aos milhares soltas no estômago. Se ensaiassem, já seria tenso. Mas de improviso? Requer coragem.
Mas, (acho que já disse isso) estamos falando de Mone, a educadora, que enfrenta plateias desatentas na busca por ensinar. E, é claro, de Lucas, o garoto que subverteu o improvável, que desmentiu os limites. Sim, eles podem.
E subiram naquele palco, e arrasaram na primeira apresentação! Do início ao final, eles espalharam beleza e fizeram ficar ainda mais especial aquele momento. Quem assistiu, ficou com vontade de dançar, com um e com outro, de tão alma que ficou aquele zouk!
Em se tratando de Mone e Lucas, se alguém pensou que seria diferente, equivocou-se redondamente!
Ao realizar o sonho de Lucas, Mone reafirmou sua luta diária em busca de repartir a luz do conhecimento com quem por vezes não a quer. Provou que ser professor, está além das quatro paredes da sala de aula. Professor, o é na prática, na luta, na incerteza de todos os dias. Provou que é tudo isso e muito mais!
Eles provaram. Que não há desafio maior que a vontade, e a coragem de ir, tentar e fazer. Não que eles necessitassem de avaliação, mas quem se acostuma a enfrentar obstáculos, não se intimida em frente a qualquer barreira. Contorna, pula, mergulha, mas não se detém!
E por fim, me pergunto, alguém sabe o preço de um sonho? Sabe quanto vale um sonho? Quanto custa? Pois bem, Mone fez valer cada centavo de sonho e tornou aquele zouk inesquecível, para ele e pra cada um de nós! E Lucas... Ah, Lucas é surpreendente! Um semeador de sonhos. Ele simplesmente não sabe parar, e nos ensina todos os dias, a tentar sem parar.
Na foto, que ilustra o post, não fica claro o que Lucas viu nos ensinamentos de Mone. Nem o que Mone viu no sonho de Lucas. Fica claro o que Lucas e Mone viram um no outro naquele momento: Uma grande oportunidade de se divertir, tentando!
E sonhar não é exatamente isso? Se divertir, enquanto a vida dança a sua ciranda?
Por Cris Vaccarezza

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