Eco

Havia tanta coisa que precisava ser dita, mas a distância... A distância de almas, de idéias, mais que a de corpos, fazia com que tudo se perdesse.
Nem era o que precisava dizer. Era muito mais, o que era imprescindível ouvir. E era imprescindível ouvir alguma resposta. Mas, do outro lado, silêncio...
Subiu no penhasco mais alto. Lá de cima, todo um vale a seus pés. O sol pintava um quadro raro. Um riacho corria calmamente lá embaixo. A natureza seguia em sua paz.
Não estava em paz. Seu coração, aquela toupeira pulsante, andava inquieto. Quanta beleza ao seu redor. Nada daquilo sequer era registrado em sua retina. Nada daquilo chegara ao cérebro, focado.
Perturbando a paz do ambiente, gritou a plenos pulmões para o vale deserto: "EU PODIA TE FAZER FELIZ!!!" Ouviu apenas: "FEliz... Eliz... eliz...
E desceu novamente, pela encosta do penhasco. Era a única resposta que teria, por enquanto.

Por Cris Vaccarezza

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