Tempo ao tempo

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Quem olha rápido demais, corre o risco de não ver.
Quem vê rápido demais, corre o risco de não conhecer.
Quem conhece rápido demais, corre o risco de não entender.
E quem não entende, corre sério risco de perder...
A vida é um risco, mas dar tempo ao tempo, é essencial.

Por Cris Vaccarezza
20/05/2013

Termine seu relacionamento anterior!

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Li recentemente um texto de Carpinejar que não ficou restrito aos olhos ou arquivado como uma vaga lembrança. Esse texto me falou direto ao coração. Para início de conversa, ele pôs no título a questão que mais perpassa nas mentes femininas dos últimos tempos: Porque você não arruma namorado?
Ele coloca a questão assim, voltada para as mulheres, mas  segundo relato de alguns amigos solteirões convictos, é uma questão que também começa a incomodar as mentes masculinas. Então, acho que podemos tornar a questão unissex, já que ultimamente, todo mundo transa, se envolve, fica, rola, dá fugidinha, tem casos... Mas poucos, muito poucos mesmo, são os que namoram.
Há até os relacionamentos placebo, mas namoro mesmo, de entregar a alma e confiar o coração reciprocamente, são raros os casos.
São raros os casais que trocam afeto além das aparências, da superfície da pele, além dos ditames da sociedade, dos perfis de facebook. Enfim,  isso é outra história. Foquemos nos que realmente querem um namorado e não qualquer namorado.
No texto, Capinejar afirma que não arranjamos namorado por que não terminamos o namoro anterior, ou o casamento anterior, ou o caso anterior, etc. Ele está coberto de razão. A física já afirma, dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Se o defunto anterior não desocupou o armário, não há como abrir a casa para novas visitas.  Haverá sempre um cheirinho estranho no ar.
Que tal se pôr diante do espelho, olhar no fundo dos seus olhos e se perguntar: Eu realmente terminei com aquele cara/moça? Se essa pessoa fosse um pouco diferente, eu a aceitaria de volta? Observe a resposta. Se você for bastante sincero consigo, verá que as respostas normalmente são: não é sim. O relacionamento anterior não acabou. Você só está esperando que fulano(a) volte pra você, "um pouco" diferente. Está guardando seu lugar.
Mas se ainda há alguém virtualmente morando em seu coração, um ex alguma coisa mal resolvida, vá lá e resolva. Se ainda ama, diga! Se ainda te ama, tente. Se não dá  certo de jeito nenhum, delete. Se te magoou, se te feriu, perdoe e deixe ir. Mas deixe ir. Esqueça! O problema é que esquecer, dói e ninguém quer sofrer, então faz de conta que, e aí já viu, né? Haja fazer de conta! Então, generosamente, deixe-as ir.
Pessoas não voltam um pouco diferentes, um pouco do seu jeito, um pouco melhoradas por causa da sua vontade. Pessoas são o que são. Ame-as ou deixe-as! Elas não mudam para agradar os outros. Pessoas  mudam sim. Mas não por você. Mudam por elas mesmas. E isso requer um tempo que você talvez não possa esperar. Então carinhosamente, deixe-as ir.
Termine o seu relacionamento anterior. Não ponha mais vírgulas onde só cabe um ponto final. Não corra o risco de prolongar um parágrafo indefinidamente... Ninguém lê parágrafos longos demais.
Não corra o risco de enterrar a sua vida junto com um relacionamento que faleceu. Talvez esteja dispensando os outros, antes de conhecer por não ser aquele a quem espera voltar "um pouco" diferente, guardando o lugar com a bolsa na cadeira vazia ao seu lado. Distribuindo desprezo e achando que os outros é que não querem nada com você.
Queira algo com você! Antes de querer arrumar outro alguém, descubra se há vagas!
Por Cris Vaccarezza

Repetente

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Um dia falaram de figurinhas repetidas que não completam álbum. De reprise, filme queimado que já conheciam o final. Falaram tanta besteira...
Achavam, naquela época, que já tinham fechado um ciclo, e precisavam seguir em frente. Relacionamento encerrado. Graduados, já.
Achavam que a vida era um mar de oportunidades. Tanto peixe grande num oceano de gente nova, e eles presos numa rede, contando piabas?
Vistas de dentro de um relacionamento longo, as pessoas de fora eram tão mais perfeitas, tão mais desejáveis... E os defeitos dos dois, insuportáveis.
Achavam que estavam perdendo tempo um com o outro.
E de repente, se deram conta de que o tempo passou. Anos. Mas eles, nunca passaram. Apesar da distância dos corpos, as almas nunca se apartaram de vez. O melhor cheiro do mundo, ainda era o cheiro dela na fronha. O melhor travesseiro dela, seus braços, seu peito, ouvindo seu coração, descompassado. Só lá, conseguia dormir em paz.
Descobriram que quando se abraçavam, ainda sentiam-se em casa. A casa barulhenta de tempos atrás. Quando juntos, acordavam e dormiam, quando juntos, partilhavam a mesa do café da manhã e o espelho na correria do sair. Descobriu que era ainda em seus olhos que ela espelhava sua alma. Ele descobriu, que eram as mãos dela, que via segurando as suas se e quando envelhecesse. Descobriram que as polêmicas de um, só tinham graça se tivessem as opiniões pirraçantemente erradas do outro, para rebater.
- Será que foi por isso nunca deu certo com ninguém? -Ela perguntou. -Talvez, só dê certo (de novo) com você. Outro dia, lera Carpinejar, que perguntava "por que você não arruma namorado?" Estava intrigada e transferia agora a pergunta para ele: -Por que você não arrumou uma namorada? -Pelo mesmo motivo que você não arruma namorado! - Ele respondeu. Simplesmente a verdade.
Casos, paqueras, namoricos, ficantes e paixonites não contavam. Foram só os outros. Namorado mesmo. Namorada mesmo, nenhum! Nada de nAMORar. Tantos tubarões, robalos, salmões e namorados se mostraram não mais que piabas quando vistos de perto, sem as lentes da ilusão.
E ai se perguntavam: De novo? Os mesmos? Iguais? E se deram conta de que não eram iguais. Mudaram, embora conservassem o que ainda os prendia. Mudaram no que era desprezível. Talvez agora, despojados do supérfluo, tenham aprendido o que era essencial: A falta que faz a intimidade num amor de verdade. Todo o resto, é orgulho e vaidade.
Por Cris Vaccarezza

Esse lugar está vago?

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Você esta realmente sozinha? Ou virtualmente acompanhada? 
Imagine-se indo ao teatro, cinema, a uma festa ou a um restaurante sozinha. Um desconforto unissex, mas vamos imaginar mulheres especialmente, pois se vão acompanhadas ao banheiro, como ir sozinha a algum lugar? Mas digamos que aconteceu, está sozinha e inconscientemente, põe a bolsa na cadeira ao lado. 
Há pessoas que simplesmente desistiriam do passeio, se nao houvesse companhia. Ou iriam ao balé com aquela tia faladeira que não a deixaria prestar atenção  ao espetáculo um só segundo, a ir só.  Outras preferem levar o cafa mais boçal e narcisista do mundo, que não vai entender nada do filme e ainda tentará insistentemente passar a mão em sua perna, ao invés de curtir a sua companhia. Outras ainda, chegarão na festa, lindas, mas tão tão deslocadas, que enfiarão os olhos no celular e nem olharão em torno. Tudo isso, para não estar só.
Locais como esses, seriam ótimas oportunidades para se conhecer alguém, mas nós ocupamos a vaga que deveria estar aberta. Estão sozinhas? Não! Estão virtualmente acompanhadas.
Ao seu lado, como na vida,  a cadeira tem que estar vazia, para que alguém novo possa ocupá-la. Mas se mantemos sempre a bolsa, o livro ou o chapéu sobre ela, ou aquela companhia que nao tem nada a ver conosco, raros são os que se atreveriam a perguntar, esse lugar está vago? Aparentemente não está. E lembre-se, vivemos num mundo de aparências.
Se não há ninguém na vaga do seu coração, não faça de conta que tem, só para não se sentir sozinha. Não ressuscite o ex, para te acompanhar nas horas incertas. Não leve a amiga que não está ali, para ocupar uma vaga que está aberta. Não se ausente, enfiando os olhos no celular. E pelo amor de Deus, descarte o cafa. Apenas olhe em volta.
Dispensando os outros, antes de conhecer por nao ser aquele a quem espera com a bolsa na cadeira.
Tá sozinha? Vá sozinha mesmo. Que mal tem? Se você nao se sentir boa companhia para si mesma, para quem será boa companhia? Se nao suporta a própria companhia, quem suportará? 
Até que surja alguém que valha a pena, ame-se, curta-se! Nao há nada errado em se estar só. Lembre-se do que a vovó já dizia: Antes só que mal acompanhada.
Por Cris Vaccarezza 
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