Equívoco

Ah, por favor, me perdoe! Eu achei que era amor! Quando você disse "eu te amo", eu achei que era amor mesmo, AMOR assim em maiúsculas. 
Achei que ser especial significava ser especial para você. E não apenas ser especial naquele momento. Achei que suas palavras eram promessas de coração, não apenas papo de menino para pegar passarinho... Não achei que era apenas um passarinho frágil e bobo em suas mãos! Achei que era recíproco... Reciprocidade, você sabe o que significa? 
Penso diferente. Afinal, quem é frágil e bobo? O passarinho que, cativado em sua paz, se deixa aprisionar? Ou o menino que, equivocado, usa e abusa da confiança? Paradoxal...Creio que a fé seja virtude. Nunca acreditei que virtude fosse pecado. Para mim, passarinhos confiarão sempre. O que se fará com a fé do passarinho, vai para a conta do menino. 
Não vejo graça em ter um passarinho cativo. Prefiro vê-los livres, para quem sabe, quando queiram, pousar e cantar. Crer, é o meu mal...
Errei, é verdade. Mea culpa! Me perdoe o equívoco. Eu achei que era amor.
Não era amor. Era um erro de semântica, era apenas paixão. E paixão, quando travestida de amor, não constrói nada. Exceto gaiolas para aprisionar passarinhos frágeis e bobos. 
Paixão, assim como carnaval, como chuva de verão, simplesmente um dia acaba... Acabou!
Por Cris Vaccarezza 

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