Exposto

E de repente, o cheiro de um perfume inominado, me chega devagar. Me chega pelo ar, de longe... E se tranca na memória, escrevendo a sua história enredando pensamentos conflitantes. Arranca um suspiro de saudade. 
E eis que de repente te ouço em pensamento, numa dessas frases escritas e cantadas por alguém, que se endereça a quem se ama e enredam outras histórias, embalam corpos num balançar harmônico. E que ditas assim, num sussurro, cochichadas assim, ao pé do ouvido, se ligam imediatamente aos pelos dos meus braços, energizando-os...E eis que a poesia se faz mistério, que a vida se faz conselheira, que a estrada se faz ponte, que o dia se faz canção e o palco iluminado é o local de encontro das almas...Tudo em torno cala, suspira, conspira a favor. Toda a multidão se esconde, desaparece num cerrar de olhos que tudo sente. Num abrir de lábios que entregam uma alma, um coração...
E o que se faz com um coração exposto? É a pergunta que não quer calar.
Por Cris Vaccarezza

1 comentários :

Raquel Paulline disse...

Muito legal, adoro o seus textos. Parabéns pelo blog.
Abraços

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