Efêmer'idade

Meu Deus! Uma dor lancinante, uma tontura atroz, a escuridão, o nada... Pensei, a vida é uma fina flor de incerteza mesmo! 
Uma lâmina, um sopro, um fio. Temo-la de forma efêmera, e a qualquer momento, perdemo-la, assim, sem mais...
Sim, a saúde é o bem mais precioso. Mas percebemos isso, tarde demais, pena! Descobrimos tarde demais o quanto somos perfeitos, íntegros, lindos, lúcidos... Percebemos apenas, quando já não o somos.
Percebemos então, que o importante, o urgente, o essencial, não são exatamente as "coisas" que imaginávamos. Não são os carnês a vencer, nem as carnes a endurecer, tampouco são o carro, a casa, a louça que deixamos suja na pia pouco antes de tropeçar na ansiedade, agonizar e cair inertes em função da correria.
Não importa! Nada disso importa agora que já não somos íntegros, perfeitos, saudáveis. E Deus queira, não seja tarde demais!!! Eis o famoso filme da minha vida, uma conjunção de vazios a desfilar diante de meus olhos!
Quem dera ainda haja tempo para abraçar aquele irmão que discorda da gente, quem dera ainda dê tempo de dizer aquele eu te amo praquela pessoa especial, quem dera ainda dê tempo de pedir perdão àquele que me odeia, de afagar os cabelos de meu filho.  Quem dera houvesse tempo para check up tantas vezes adiado, para o panfleto de viagem tantas vezes esquecido sob a pilha de contas a vencer...  
Tomara que dê tempo, nesse breve segundo em que meus olhos pesam demais...
Por Cris Vaccarrezza

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