Hoje pela manhã, assim que a vi voltar correndo do guichê, sacudindo entre as mãos a tão espetada carteira de habilitação, soube que meu coração experimentaria dali pra frente uma série de pequenos sobressaltos típicos de quem assiste, impotente, o crescimento iminente. Sim, ela cresceu!
Ela, que fizera suas provas com afinco, e passara em todas sem reprovação, ansiava há mais de um mês por essa chegada. E eu sabia que se aventuraria em seu novo brinquedo, a descobrir segredos, pelos caminhos da vida. Era o imperativo do porvir.
E assim, como foi previsto, la se foi ela em seu carrinho vermelho. Traçou a rota e seus planos e foi, rumo à independência.
E lá se foi meu coração aflito e consciente da necessidade imperativa de crescer.
E lá se foi ela comer uma pizza com os amigos, e lá se foi embora o meu apetite.
E lá se foi ela com seu coração contente de liberdade. É aquele bebê que um dia rastejou, engatinhou, andou e correu, agora desdobra cuidadosamente suas asas de borboleta e as sacode graciosamente no ar, arriscando os primeiros pequenos voos de sua vida. E por assim dizer, lá se vai...
E aqui fica um coração de mãe aflito e tenso, um par de cotovelos vermelhos e um nariz colado ao vídeo da janela, num ansiar de ver mais além... Mas ela se foi, e como é cumprido o destino, fiquei, mas confiante de que entre mim e ela, há um Pai maior que toma conta.
Vai com Deus, crescer enfim, minha menina!
Por Cris Vaccarezza
26/02/2016
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