Dois... Um

Nosso amor não começou quente, como uma cena de novela.
Nosso amor começou frio como a tela de um smartphone.
Nosso amor começou de um dueto.
Começou de dois mundos e de uma vontade.
Começou pequeno, cerca de sete polegadas de uma foto.
Seu olho, meu olho. Um brilho, um huuuuuum!
Depois veio um oi, outro oi. Dois sininhos.
Um papo que durou quase uma noite.
Poderia não ter durado, eu poderia estar ocupada, ou você atarefado.
Mas durou.
Duas semanas de papos eventuais, silêncios, conversas.
Um tímido? Dois tímidos? Duas curiosidades!
Uma micareta. Uma reserva à distância. Duas ansiedades.
Uma distancia vencida. Dois corpos postos frente à frente.
Dois dispostos a serem só um. Um compromisso.
Cartas na mesa. Olhos nos olhos.
E de repente duas mãos, quatro mãos, uma mão sobre outra e um choque!
... Ei! Que susto! Tocou a mão? Foi mais além. Aqueceu um coração. Ou dois!
Dois nomes, dois carros, duas vidas, uma coincidência.
Nosso amor saiu da virtualidade, passou pela originalidade
e aportou no mar de coisas em comum.
Nosso amor era de dois, passou a ser de cinco, de sete, de dezessete.
E hoje é uma família que comporta quantos mais vier.
Nosso amor não começou gigante.
Começou do tamanho da tela de um smartphone
e ganhou os mares de Salvador, Ilhéus, de Itacaré, de Sauípe
Nosso amor começou na terra sulcada das dores sofridas
No chão batido da desconfiança madura. No não da dúvida.
Mas arrancou as raízes do nosso juízo e nos colocou face a face com a superlua.
Nosso amor não é comum. Como cada amor é único.
O meu é seu, e o seu é meu e isso basta!
Já não sou metade, também não me sinto apenas um inteiro.
Sinto que sou o dobro em você.
Te amo imensamente como a lua que refletindo o dourado de seu sol,
prateia a noite em um radioso dia.
De: Cris Vaccarezza
Para: Cris Amarante

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